Pesquisador Lucas Reino começou a carreira por influência da família

Texto: Janaína Amorim

Quem teve aula com o professor Lucas Reino ou já topou com ele pelos corredores na UFMA sabe que uma de suas marcas é o bom humor. Marca que prevaleceu mesmo em uma entrevista pelo WhatApp. Em tempos de pandemia, essa é uma das formas mais usuais de se fazer jornalismo.

Lucas é paulistano, mas foi “no Mato Grosso do SULLLL” que se se formou em jornalismo. “Lá fiz faculdade de Jornalismo, casei, trabalhei, fiz mestrado, arranjei briga, falei mal de uns e bem de outros, comi em lugares que me fizeram me arrepender entre outras coisas que se faz quando se é jovem, também quando se é velho”, lembra.

Doutor em Comunicação pela PUC do Rio Grande do Sul ele integra a linha 1 do Mestrado em Comunicação em Imperatriz e costuma ter interesse por estudo que olhem para características das plataformas e suas funcionalidades. Como lembra, a trajetória para chegar até se tornar um professor universitário começou, de fato, com a escolha da graduação.

Sobre a escolha do curso de jornalismo, ele conta que teve como referência uma tia, que era jornalista e acabou sendo uma inspiração. “Eu escolhi o curso de Jornalismo porque minha tia preferida é jornalista e me dava os melhores presentes quando eu era criança, acho que isso embutiu em mim a ideia que jornalismo era uma ótima profissão, pelo menos era de lá que saiam os recursos para comprar presentes”, brinca.

Outra experiência importante para a escolha pela área foi a a rotina da família com a leitura de jornais. “Quando o jornal chegava ele não podia ser tocado, a gente só podia ler depois que meu pai lia, era mágico o momento, porque o valor que meu pai dava para o jornal fazia a gente admirar o jornal também. A hora do Jornal Nacional também era sagrada, só podia fazer barulho no intervalo. Era um silêncio cerimonial, acho que é uma coisa que influenciou”, lembra.

No mercado de trabalho, teve experiência com assessoria, site de notícias, abriu cooperativa e empreendeu. “Acho que nunca tive um só emprego na época de mercado de trabalho. Foi um bom tempo de trabalho, mas desgastante, eu gostava de trabalhar na editoria de política, também gostava de tecnologia, tive até um jornal especializado. Enquanto eu trabalhava eu fiz especialização e mestrado, então quando eu terminei me chamaram pra dar aula, daí foram as duas profissões juntas por 4 anos”, afirmou.

A rotina de conciliar trabalhos só terminou em 2010, quando assumiu o concurso da Universidade Federal do Maranhão, em Imperatriz. “Chegando aqui eu fui me adaptando, tanto no curso quanto na vida, e hoje, depois de 10 anos, posso dizer que acho que nunca vou ficar totalmente adaptado, mas me sinto em casa”, explica.

Na UFMA desenvolveu alguns projetos de pesquisa e extensão. Entre os projetos de extensão que Lucas Reino integra está o Ciência UFMA, que é um portal de divulgação da produção científica de pesquisadores de diversas áreas tanta da universidade federal quando da estadual e o Na Cadeira do DJ, que é um programa de entrevistas de rádio.

Lucas Reino integra no Mestrado em Comunicação (UFMA) – Linha 1

Foi na UFMA que o professor se dedicou a pesquisa acadêmica, com temáticas como título, usabilidade, geolocalização, mídia locativa, aplicativos. “Pesquisar se tornou uma tarefa cotidiana e prazerosa, porque com o tempo vamos pegando o jeito e fazendo o percurso ser mais leve pra curtir melhor as descobertas. Sempre fiz as pesquisas em conjunto com a Thaísa Bueno, acho que foi uma conquista e a experiência mais marcante”, lembra.

Para quem está começando, a dica é paciência. “A minha dica para quem quer pesquisar é ser paciente consigo mesmo, ou mesma. A gente vive tempos de muita exigência, de velocidade, de cobranças por resultados imediatos, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, mas isso não faz bem pra ninguém. Pesquise sabendo que é um processo, seja paciente com seus próprios erros com o dos outros, fica mais leve pesquisar assim”, finalizou.