Estudante do PPGCOM pesquisa a produção de conteúdo de influenciadores digitais maranhenses

Texto: Frida Bárbara Medeiros

As redes sociais têm tomado uma proporção cada vez maior no cotidiano das pessoas e influenciado em suas decisões na hora de consumir produtos ou formar opiniões sobre diversos assuntos. É por meio dela que os internautas consomem conteúdos produzidos por perfis de notícias, de empresas e, mais recentemente, de pessoas que contam com uma grande visibilidade e autoridade, os influenciadores digitais.

Um levantamento realizado pelo Ibope no ano passado mostra o crescimento da utilização de redes sociais pelos brasileiros. Entre os anos de 2017 a 2019,38 milhões de pessoas a mais que passaram a utilizar as plataformas. A pesquisa revela também que 52% dos internautas brasileiros seguem pelo menos um influenciador digital, e dentre os motivos que fazem as pessoas segui-los estão os conteúdos com informações relevantes, variedades de assuntos e a abordagem de temas cotidianos.

Pensando neste assunto e percebendo o crescimento do interesse das pessoas em consumirem os conteúdos apresentados por esses profissionais na internet, a estudante da primeira turma do mestrado em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão, Camila Marinho, decidiu fazer do crescimento e destaque cada vez maior dos influenciadores digitais, o foco da sua dissertação. A pesquisa de Camila, que está em andamento e tem previsão para ser qualificada em outubro, tem o objetivo de compreender quais estratégias de comunicação, o poder de influência e o engajamento que influenciadores digitais da região Tocantina exercem sobre seus seguidores no Instagram.

Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela UFMA desde 2016 e integrante do Grupo de Pesquisa em Cibercultura (Gciber), Camila comenta que o interesse por estudar os influenciadores digitais partiu de sua experiência pessoal nas redes socias ao acompanhar, diariamente, a rotina de postagens de muitos deles.“Os influenciadores digitais são pessoas comuns que usam as redes sociais para expor seus estilos de vida, e acabam por atrair um grande número de pessoas que se identificam com suas ideias e, consequentemente, têm seu comportamento social influenciado, por esses motivos, a estudante tem procurando compreender como ocorre o processo de produção e consumo dos conteúdos por meio das redes sociais.

A pesquisa de Camila é orientada pelo Prof. Dr. Lucas Reino

Um diferencial da pesquisa de Camila é que o assunto ainda é pouco estudado na área da comunicação, fato que ela percebeu durante as pesquisas bibliográficas para a construção do trabalho. “As pesquisas que existem sobre o assunto têm foco na área mercadológica, não na comunicação. As instituições que faziam pesquisas sobre o assunto eram faculdades de administração, marketing, publicidade, mas temos que considerar que o influenciador não faz só publicidade, ele é um comunicador. Alguns perfis tem tantos seguidores que são considerados um meio de comunicação”, diz.

Para atingir os objetivos propostos na pesquisa, Camila explica que serão escolhidos como corpus de análise influenciadores que moram na região Tocantina, área que abrange Imperatriz e cidades vizinhas, e que são ativos no Instagram. “Nós vamos categorizar os tipos de conteúdo que os influenciadores publicam nos perfis e depois analisar o engajamento desses conteúdos através das curtidas e comentários.” Além disso, outro critério para a seleção dos influenciadores que serão observados é de que eles precisam, preferencialmente, fazer do meio digital sua principal profissão e forma de renda.

Posterior a isso, o próximo passo da pesquisa será realizar um estudo de recepção com os seguidores para saber os porquê alguns conteúdos categorizados têm mais engajamento que outros. “A partir disso vamos conseguir compreender que influência esses conteúdos e essas pessoas exercem sobre os quem os segue”, acrescenta.

Para encerrar, Camila fala como o mestrado tem ampliado sua visão sobre os processos comunicacionais que estão ocorrendo no ambiente virtual e também as questões cotidianas relacionadas à comunicação. “Nós, como pesquisadores, temos um papel fundamental desempenhar, o de “produzir conhecimento”, é isso que nos motiva. E o resultado das nossas pesquisas é de super importante, não apenas para a sociedade em geral, mas também para a nossa formação como profissional e futuros professores”, finaliza.

 

Para saber mais sobre as pesquisas da mestranda Camila Marinho, acesse  seu perfil na plataforma lattes pelo link:http://lattes.cnpq.br/2199511250943643