As mídias sociais e os aplicativos de mensagem têm ocupado um lugar cada vez mais significativo no debate público e político. Candidatos e políticos utilizam esses espaços para divulgação dos conteúdos, propostas de campanha e afins. Nas últimas eleições presidenciais, em 2018, o aplicativo de mensagens WhatsApp foi um dos principais pilares para as campanhas eleitorais, ocupando espaço relevante no compartilhamento de informações em grupos criados por apoiadores e opositores dos candidatos. Nas eleições municipais de 2020, o cenário também foi semelhante.
Este papel ocupado pelo Whatsapp no cenário eleitoral despertou o interesse da estudante Luana Fonseca que, durante o mestrado, está devolvendo sua pesquisa com o objetivo de entender o aplicativo de mensagens como protagonista no disparo de informações políticas e propaganda dos candidatos. “O meu trabalho busca analisar os conteúdos compartilhados em grupos de WhatsApp durante as eleições de Imperatriz. Quis observar o aplicativo e os conteúdos compartilhados numa eleição regional. Os meus objetivos são descrever os dados obtidos e, através deles, elencar se a participação do WhatsApp foi efetiva para os candidatos regionais”, destaca.
Luana Fonseca discute sobre notícias compartilhadas em grupos do Whatsapp durante as eleições municipais (Créditos: Arquivo Pessoal)
Luana ressalta sobre a relevância de entender como os candidatos usam os recursos da internet e quais as estratégias são utilizadas em contextos regionais. “É importante trabalhar sob a perspectiva regional para entendermos como a política foi instaurada ao longo do tempo e de que maneira ela é ativa nos espaços online”, comenta.
A estudante afirma que o desejo de se aprofundar os estudos na área da comunicação política vem desde a graduação, ao integrar o grupo de pesquisa Comunicação, Política e Sociedade (COPS). “Meus dois últimos anos da graduação foram dedicados a pesquisar a campanha permanente do atual governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), e pelas candidatas que concorreram a diferentes cargos nas eleições de 2018” e com o desenvolvimento das pesquisas, participação em congressos e publicações de artigos, o interesse pela área foi aumentando cada vez mais.
As pesquisas realizadas na área a instigaram, então, a investigar outros fenômenos de forma mais aprofundada durante o mestrado. “Com a minha pesquisa, vejo que há muito o que debater principalmente sobre assuntos relacionados à desinformação durante as eleições e o uso dos espaços online para a promoção positiva do candidato. As orientações com a minha orientadora, a Prof. Dra. Isabele Mitozo, também ajudam a questionar outros fatores importantes que devem ser discutidos pela academia, principalmente no momento de descrédito das instituições jornalísticas que estamos enfrentando”, ressalta.
Desafios em meio à pandemia
Apesar dos desafios da pandemia terem coincidido com o início do período letivo, as expectativas com a pós-graduação foram alcançadas. “Eu não imaginava que teria tantas oportunidades, mas confesso que com a pandemia não é fácil. Meu mestrado todo foi online e não é fácil enfrentar certos obstáculos, mas graças ao corpo docente me sinto preparada para ser uma boa pesquisadora. Vejo que a pesquisa que propus ao Programa está em ótimo desenvolvimento graças aos ensinamentos e contribuições do meu grupo de pesquisa e da minha orientadora. Diante de dois anos difíceis, posso dizer que colhi ótimos frutos”, finaliza.
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